Biotec pelo mundo: África

Hoje nós vamos falar sobre a biotecnologia no continente africano, o qual é marcado por diferenças socioculturais extremas, como mostra o filme “Voices from Africa”, produzido pelo Core (Congress of Racial Equality – Congresso da Igualdade Racial), que evidencia as diferenças entre o Quênia e a África do Sul, onde o primeiro citado encontra dificuldades de cultivar em terrenos com solos pouco férteis, clima seco, característico da região, e principalmente com pragas, condições que tornam o que é produzido pouco aproveitado, enquanto o segundo já vivencia a maior revolução na agricultura dos últimos tempos, já dispondo de mais de 500 mil hectares plantados com transgênicos. 

Dessa forma, vamos falar sobre algumas aplicações da biotecnologia no continente africano de maneira geral, enfatizando a sua aplicação na agricultura, que é a principal área beneficiada. 

Nos últimos anos, alguns governos africanos vem trabalhando para incluir a biotecnologia para o desenvolvimento dos países, principalmente na área da agricultura. A inserção desse tipo de tecnologia nas produções agrícolas, além de contribuir para o desenvolvimento desses países, contribui também para o menor desperdício possível, no melhoramento dos cultivares, e colheitas mais rápidas e produtivas, assistindo problemas sociais e econômicos. Para isso, é necessário um trabalho tanto das esferas públicas quanto privadas. 

Podemos encontrar pesquisas relacionadas ao combate da AIDS, doença que assola o continente, sendo responsável por 1 a cada 5 mortes registradas, assim, pesquisadores da Embrapa, Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, Universidade de Londres e o Conselho de Pesquisa Científica e Industrial da África do Sul (CSIR – sigla em inglês) se uniram para desenvolver plantas transgênicas que possam auxiliar no combate a essa doença, através da introdução da cianovirina (proteína presente em algas) em plantas de soja, milho e tabaco, buscando a sua produção em larga escala, com a finalidade de produzir um produto em gel, com propriedades germicidas, a ser utilizado antes do relacionamento sexual, evitando assim o contágio da doença. 

Além disso, as produções de milho e cana-de-açúcar produzidos em larga escala já tem previsão para participarem da produção de etanol, enquanto as produções de soja e girassol integrariam a produção de biodiesel, contribuindo assim com o protocolo de Kyoto, que busca aumentar  as fontes de energia renováveis. Vale salientar que isso vai gerar cerca de 55 mil empregos apenas na agricultura, além de tornar a África do Sul um polo de biocombustíveis. Tudo impulsionado por biotecnologia, desde a produção da matéria-prima até a produção dos próprios biocombustíveis.

Quer saber mais sobre a biotecnologia como profissão e ciência? Acompanhe a LiNAbiotec nas redes sociais: Instagram: @lina_biotec; Twitter: @LiNAbiotec; Facebook: LiNAbiotec.

Escrito por Agatha Mayume e Victória Leandra. Revisado por Vitor Melo, com artes de Carolina Carvalho.

REFERÊNCIAS

YANO, Célio. BIOTECNOLOGIA PARA A ÁFRICA. 2006. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/acervo/biotecnologia-para-a-africa/. Acesso em: 02 dez. 2021. 

FREITAS, Eduardo de. “A aids na África”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/a-aids-na-africa.htm . Acesso em 06 de dezembro de 2021.

Biotecnologia: Produtos e Serviços. 20–. Disponível em: https://ambientes.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/biotecnologia/biotecnologia_produtos_e_servicos.html . Acesso em: 06 dez. 2021.

Biocombustíveis na África do Sul. 2007. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/biocombustiveis-na-africa-do-sul/ . Acesso em: 06 dez. 2021.

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