No mundo globalizado que conhecemos, sabe-se que a agricultura é uma das principais bases econômicas de diversas nações. Ela é quem fornece grande parte dos alimentos e muitos produtos primários que serão utilizados pela indústria. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no ano de 2019, o setor da agricultura correspondeu a cerca de 21% da soma de todas as riquezas do país.
Levando estes importantes fatores em consideração, as fitopatologias, ou doenças de plantas, representam uma ameaça constante ao setor em questão e a todos os outros que se relacionam com ele, pois algumas delas podem ser responsáveis por verdadeiras devastações em diversos tipos de colheitas. Na botânica, é visto que tais doenças podem ocorrer pelos mais variados motivos: falta de nutrientes, bactérias, vírus, fungos, adversidades ambientais, etc. Em terras brasileiras, por exemplo, a epidemia da vassoura-de-bruxa, doença causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, assolou o sul da Bahia no ano de 1989, prejudicando mais de 600 mil hectares em plantações de cacau e causando o desemprego de cerca de 250 mil trabalhadores. Não é por acaso que os fungos são considerados os mais destrutivos dentre todos os fitopatógenos.
No que se refere aos métodos tradicionais para tratar fungos e bactérias, é sabido que o meio de culturas é o principal. Nesse caso, os pesquisadores necessitam esperar um tempo impreciso para o crescimento e detecção do patógeno em potencial. Essa incerteza acaba tornando a tarefa mais onerosa e demorada para quem as realiza. Os métodos da biotecnologia incessantemente buscam mitigar ou solucionar problemas como os supracitados. Assim, surgem soluções como os diagnósticos moleculares. Na disciplina de biologia molecular, esses diagnósticos são frutos de metodologias que se baseiam principalmente na análise do material genético e do material proteico. Uma das mais consagradas nesse meio é a reação em cadeia de polimerase (PCR), a qual permite obter várias cópias de um segmento específico de DNA de um único exemplar originário. Essa técnica se mostra fundamental, pois a análise da cadeia do ácido desoxirribonucleico permite elucidar quais serão as proteínas que podem ser produzidas a partir dos genes codificantes presentes nela. Com informação desse tipo em mãos, os cientistas podem deduzir quais mecanismos os fitopatógenos vão utilizar contra os organismos das plantas e, desse modo, possibilitar a criação de estratégias para a defesa ou o contra-ataque.
Fique atento às nossas redes, em breve você poderá ver com mais detalhes alguns métodos biomoleculares para o diagnóstico de doenças em plantas
Escrito e revisado por Davi Eduardo. Artes por Lina Gress.
REFERÊNCIAS
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