Biotecnologia branca: sustentabilidade e eficiência industrial

A biotecnologia branca é utilizada para descrever a implementação da biotecnologia na esfera industrial. Os biocatalizadores (enzimas e microrganismos) são as principais ferramentas utilizadas nessa área, e estão presentes em setores como: indústrias químicas, energéticas e têxteis, além de serem utilizados para a fabricação de uma ampla variedade de produtos como os biocombustíveis, bioplásticos, polpa de papel, fibras sintéticas, biopolímeros, compostos químicos, entre outros.

Essas enzimas (moléculas catalisadoras) são aplicadas cada vez mais em operações industriais para diversos tipos de processos produtivos por terem grandes vantagens no setor, tais como: facilmente obtidas por processos biotecnológicos, aceleram reações difíceis de serem realizadas por outros meios, exige pouco uso de água, melhoram a qualidade do produto, podem ser reutilizadas após outro processo, são obtidas de fontes naturais e renováveis, reduzem emissões de gás carbônico, são produtos biológicos, degradáveis e de muito baixa periculosidade, além de retorno bioecônomico. Com isso, o emprego das enzimas nas indústrias contribui com tecnologias limpas para redução do impacto ambiental.

No decorrer das três últimas décadas, principalmente, a biotecnologia industrial vem tendo avanços impressionantes. Novas soluções bioeconômicas para energia e desenvolvimento de biocombustíveis vêm surgindo como alternativas de intensificar a produção ao mesmo tempo em que sejam favoráveis à sustentabilidade e a economia. Assim, um dos exemplos é a fabricação de combustíveis renováveis a partir dos resíduos, como o bagaço de cana e sementes, contribuindo para a redução da exploração de recursos naturais poluidores, como o petróleo, e diminuindo a emissão de gases tóxicos na atmosfera.

A utilização da biotecnologia na substituição dos processos existentes torna muitas destas indústrias mais eficientes e comprometida com o meio ambiente, de modo que contribui de diversas formas para a sustentabilidade industrial. Esta mudança de paradigma também é muito evidente em empresas que as implementam em áreas de produção de materiais como biopolímeros e bioplásticos.

O uso de enzimas como aditivos para produtos de limpeza também representa uma das principais aplicações nas indústrias. Isso se deve ao fato das enzimas serem adicionadas a esses produtos de modo que catalisam a quebra de ligações químicas na água, assim, potencializam a eficácia destes, de forma que também seja adepta a uma menor toxicidade aos consumidores e ao meio ambiente.

Nas indústrias têxteis, as enzimas também estão sendo cada vez mais usadas. Estas se encontram presentes nas aplicações de celulases para acabamento de jeans e para descoloração e branqueamento têxtil. O uso de enzimas como alternativas a produtos químicos no processamento de couro também provou ser bem-sucedido na melhoria da qualidade do couro e na redução da poluição ambiental, uma vez que a produção de couro tem alto consumo de água.

A implementação de enzimas nas indústrias de papéis também é destaque. Estas são capazes de tornar o processo de refino da celulose mais sustentável, facilitando as etapas de destintamento e reconstituição do papel. Com isso, as biotecnologias destinadas à obtenção de polpa celulósica, tanto nas etapas prévias quanto posteriores, se tornam melhores aliadas aos aspectos bioeconômicos favoráveis ao desenvolvimento nas indústrias.

Segundo Bernardo Silva, presidente da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI), “A biotecnologia industrial está aqui para mudar o mundo”. A utilização de enzimas e microrganismos para aprimorar os processos industriais fornece uma contribuição essencial na transição das práticas econômicas não sustentáveis, para as renováveis, aliando inovação e sustentabilidade como alternativa de redução de impactos socioambientais.

Sendo assim, a utilização da biotecnologia nas indústrias vem demonstrando cada vez mais potencial, logo que favorece menor demanda de energia, aumento do título do produto, menor desperdício, aumento da eficiência, menores volumes de uso e fluxos de águas residuais, causando menor impacto ambiental, além de ser economicamente vantajoso devido a seus custos reduzidos.

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Autores: Maria Victória Benites Rodrigues e Vivian Alessandra Sumiko Suguimoto | Polo UFGD

Revisão: Bruno Pereira | Secretário de Comunicação da LiNAbiotec

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